segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Qual a diferença entre águia, falcão e gavião?


Se formassem uma família, daria para dizer que as águias e os gaviões são irmãos e os falcões, uma espécie de primo de ambos. Existem várias pequenas diferenças que separam de um lado os dois "brothers" e do outro os falcões:
• Cor dos olhos
Águias e gaviões têm olhos amarelos ou vermelhos, já os dos falcões costumam ser marrons.
• Tipo de asa e de vôo
Falcões têm asas mais estreitas e voam mais reto, o que lhes permite penetrar em florestas com facilidade; já gaviões e águias possuem asas arredondadas e preferem pairar no ar.
• Ninho
Gaviões e águias têm o hábito de construir seus ninhos, o que não ocorre com os falcões
• Arma letal
Os falcões preferem usar o bico para aniquilar suas presas, enquanto os gaviões e as águias utilizam mais as garras afiadas.
Muito mais sutil é a distinção entre os dois "maninhos", que por isso mesmo são classificados pelos especialistas dentro de uma mesma família. "As águias, por definição, são bichos de maior porte e envergadura, com garras grandes e face desenvolvida, enquanto os gaviões têm menor porte", diz o ornitólogo Reginaldo José Donatelli, da Unesp de Bauru (SP). No quadro abaixo a gente dá mais algumas bicadas na complicada classificação dessas aves de rapina.
A gaiola das loucasClassificação dessas aves de rapina não é consenso entre os biólogos
ORDEM FALCONIFORMES
Reúne cerca de 300 espécies de aves de rapina de hábitos diurnos. Entre as famílias em que se subdivide essa ordem estão a accipitridae (águias e gaviões), a falconidae (falcões e carcarás) e a pandionidae (águia-pescadora)
FAMÍLIA ACCIPITRIDAE
Tem cerca de 220 espécies e reúne as águias e os gaviões. Apesar da diferença de porte entre esses dois tipos de aves, elas seguem misturadas nos outros níveis de classificação de espécies (gêneros ou subfamílias)
Algumas espécies - Gavião real (Harpia harpyja) e águia-careca-americana (Haliaetus leucocephalus)
FAMÍLIA PANDIONIDAE
O único membro desta família é a águia-pescadora, que se alimenta exclusivamente de peixes. Para aumentar a confusão, ela também é conhecida como gavião-pescador e alguns biólogos preferem classificá-la como integrante da família accipitridae
Algumas espécies - Águia-pescadora (Pandion haliaetus)
FAMÍLIA FALCONIDAE
Agrupa por volta de 60 espécies de falcões e carcarás. Os carcarás são maiores, têm asas mais desenvolvidas e também se alimentam de animais mortos. Os falcões só comem bichos vivos. Ambos, em geral, são menores que águias e gaviões
Algumas espécies - Falcão-peregrino (Falco peregrinus) e carcará (Polyborus plancus)

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-a-diferenca-entre-falcao-gaviao-e-aguia



Outras perguntas: Qual a diferença entre pato, ganso, marreco e cisne?


Essas aves, domesticadas há séculos pelo homem, têm uma relação de parentesco tão próxima que são classificadas como membros da mesma família, a Anatidae. Elas só se diferenciam nos gêneros e em suas respectivas espécies. Em comum, patos, gansos, marrecos e cisnes têm a capacidade de flutuar sobre a água e a habilidade para nadar - apesar de os gansos normalmente preferirem mesmo ficar em terra firme. Dentro do quarteto, os patos são os mais numerosos, dividindo-se em mais de 90 espécies. Os marrecos são tão parecidos com eles que alguns biólogos os consideram espécies de patos, apesar de haver uma diferença anatômica no bico desses dois tipos de aves (veja nos textos ao lado). Já os cisnes têm como marca registrada o pescoço alongado e o porte majestoso. O cisne-do-pescoço-negro (Cygnus melanocoryphus) e a capororoca (Coscoroba coscoroba) são as únicas espécies desse tipo de ave naturais da América do Sul.
Os gansos, por sua vez, dividem-se entre os gêneros Anser (com plumagem cinza) e Branta (negros). O ganso-do-canadá (Branta canadensis) é a espécie mais numerosa das Américas e de tão popular tem sua imagem estampada na cédula canadense de 100 dólares. "Na comparação de tamanhos, os cisnes são os maiores do grupo, seguidos pelos gansos, patos e marrecos", diz a bióloga Fernanda Junqueira Vaz, da Fundação Zoológico de São Paulo. Gansos e cisnes têm uma curiosidade em comum: eles escolhem um parceiro para o resto da vida, ao contrário dos patos e marrecos.
Quarteto domesticadoHá séculos esses bichos são usados pelo homem na culinária e até como "cães de guarda"
CISNE - Bonito e veloz
Essas são as maiores aves do quarteto, sendo que indivíduos de algumas espécies podem pesar mais de 20 quilos e ter até 1,70 metro de comprimento. Sua característica física marcante é o pescoço longo. Além da beleza e da docilidade, os cisnes nadam com uma elegância inigualável, por isso são bastante usados como aves de ornamentação em lagos artificiais. Na natureza têm a fama de excelentes voadores, desenhando uma formação em "V" no céu quando migram em bandos.
Na culinária: hoje é raro o consumo dessa ave, mas até meados do século 19 a coisa não era bem assim na Inglaterra. O cisne assado era um prato tradicional na ceia de natal da rainha Vitória (1819-1901) — o peru só entraria no cardápio a partir da década de 1850.
GANSO - Patrulheiro histérico
Os gansos foram domesticados há 4 mil anos, no antigo Egito. Eles gostam de andar em bandos e, em cativeiro, são capazes de viver 50 anos. Além de serem criados para ornamentação, os gansos também são usados como animais de guarda, pois soltam ruídos estridentes quando percebem a chegada de estranhos ao lugar onde moram. Na natureza, a maior parte das espécies de gansos é encontrada no Hemisfério Norte. Eles medem entre 64 centímetros e 1,14 metro.
Na culinária: a carne e os ovos dessa ave não costumam ser muito consumidos. Em compensação, seus miúdos, mais especificamente o fígado, são uma iguaria cobiçada. É com fígado gordo de ganso (ou pato) que é feito o tradicional foie gras , um requintado patê que surgiu ainda na Antiguidade e que hoje é uma especialidade francesa.
PATO - O mais popular
Os patos, que medem entre 45 e 80 centímetros, são as aves da família Anatidae mais encontradas no mundo. A semelhança anatômica com os marrecos faz com que esses dois tipos de animais sejam freqüentemente confundidos. A principal diferença entre eles está no bico. O dos patos costuma ter uma protuberância perto das narinas, enquanto o dos marrecos é bem liso. Hábeis nadadores, alguns patos são capazes de mergulhar a até 17 metros de profundidade.
Na culinária: apesar de não ter uma carne tão consumida como a de frango, o pato é usado em famosas receitas internacionais (como o "pato com laranja", de origem francesa) e regionais (como o "pato no tucupi", prato típico do Norte do Brasil). O ovo de pata, por sua vez, não tem bom valor comercial, apesar da antiga fama de ser afrodisíaco.
MARRECO - Caçula da turma
Os marrecos são "irmãos gêmeos" dos patos, apesar de, em geral, serem menores que estes - atingem entre 35 e 50 centímetros. Os marrecos e os patos se diferenciam dos gansos principalmente quando estão em pé. Os dois primeiros mantêm seu corpo mais na horizontal em relação ao solo, enquanto os gansos ficam numa posição verticalizada. No Brasil, as espécies mais conhecidas são o paturi (Nomonyx dominicus) e o irerê (Dendrocygna viduata ), que aparece na foto ao lado.
Na culinária: o marreco é bastante consumido na região Sul do Brasil. Um prato típico de origem alemã, o marreco recheado com repolho roxo, conquistou catarinenses e gaúchos e acabou dando origem à Fenarreco (Festa Nacional do Marreco), que acontece todos os anos em Brusque (SC).

Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-a-diferenca-entre-pato-ganso-marreco-e-cisne

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O que eram "Gastornis" e "Phorusrhcos"?

Nomes estranhos não? Mas essas criaturas já existiram!
Agora tu vais saber quem eram:

Fonte: Wikipédia
Saiba mais sobre Gastornis: Clique aqui! (página em inglês!)


Gastornis é um gênero extinto de aves anseriformes que não podiam voar.
Se conhecem fósseis de duas espécies: a européia Gastornis sarasini (também chamada Gastornis parisiensis) e a americana, denominada Gastornis giganteus (anteriormente chamada de Diatryma gigantea).
G. giganteus atingia 2,2 metros de altura, sendo que o seu crâneo chegava aos 70 centímetros. Os seus fósseis foram encontrados nos estados de Nova Jersey, Novo México e Wyoming (todos nos EUA), enquanto que G. sarasini media em torno de 1,75 metros de altura e os fósseis foram encontrados na Alemanha e França.
Foi batizado em homenagem ao francês Gaston Planté, que encontrou o primeiro fóssil em 1855, em Geiseltal, Alemanha.
Alimentava-se principalmente de pequenos mamíferos, os quais abatia com golpes de seus fortes pés ou do afiado bico.


Phorusrhacos foi um gênero de aves predatórias gigantes que viveram na Patagônia, que contém a única espécie de Phorusrhacos longissimus. Os seus parentes mais próximos que vivem até a atualidade são as aves seriemas. Porém o Phorusrhacos era muito maior do que o seriemas, e parecia mais com um avestruz em aparência. Estas aves viviam em florestas e pastagens.
Ficheiro:Phorusrhacos.jpg
Entre os ossos encontrados na Formação de Santa Cruz (principalmente de meados da era Miocena) estão uma mandíbula encontrada por Florentino Ameghino (1887), primeiramente descrita como o edentate de um mamífero. Em 1891, foi reconhecida como um pássaro. Outros restos conhecidos provém de várias localidades da Província de Santa Cruz, da Argentina.
O Phorusrhacos possuía em torno de 2,5 metros de altura e pesava aproximadamente 130 kg (Alvarenga & Höfling, 2003). Foi apelidado de "Pássaro do Terror" por razões óbvias, ele foi uma das maiores aves carnívoras que já existiram, juntamente com o Titanis, e suas asas rudimentares eram estruturas com garras moldadas como um gancho de carne para atacar presas, que eram então mortais com o enorme bico. Ele corria ao longo dos planaltos e colinas gramadas da Patagônia, se alimentando de pequenos mamíferos, pequenos répteis e carniça. Pensa-se que o pássaro agarrava sua presa com o seu bico e batia-o no chão várias vezes como seus parentes modernos, os seriemas. Ele tinha uma enorme crânio de até sessenta centímetros de comprimento. A estrutura do bico e as grandes garras nos dedos mostram que era uma ave de rapina.

Qual a diferença entre "Mamute" e "Mastodonte"?


Numa olhada rápida, é muito difícil identificar alguma distinção entre esses dois primos dos elefantes, ambos extintos há milhares de anos. "As principais diferenças entre o mamute e o mastodonte são o período em que eles viveram e certas particularidades quanto aos dentes", diz a bióloga Mara Marques de Ângelo, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Como a variação na dentição é na parte interna da boca, só mesmo um bom dentista pré-histórico poderia separar um do outro. Diferenciar claramente mamutes e mastodontes é ainda mais complicado pelo fato de ambos se dividirem em várias espécies, com tamanhos e detalhes anatômicos distintos. Para se ter uma idéia, existiram mamutes gigantes, com cerca de 5 metros de altura, e outros com menos de 2 metros.
Até hoje os cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre as causas da extinção desses animais, mas alguns defendem que a caçada de filhotes pelo homem possa ter contribuído para o desaparecimento deles. Ambos são classificados dentro da ordem dos proboscídeos, que já teve cerca de 350 espécies, todas extintas, com exceção do elefante asiático (Elephas maximus) e do africano (Loxodonta africana), que surgiram há cerca de 10 mil anos. Ah, em tempo: na seção Próximo Capítulo da edição passada, o animal que aparecia na ilustração era um mastodonte.
Elefantes ancestraisDistribuição geográfica, época de vida e dentes internos separam um do outro
CADA UM NO SEU CANTO
Os mamutes habitavam o norte da Europa, a América do Norte e principalmente a Sibéria, onde foram encontrados fósseis em excelente estado de conservação enterrados no gelo. Os mastodontes também podiam ser encontrados nessas regiões, mas se espalharam mais pelo planeta, com algumas espécies ocupando vastas áreas da América do Sul
MORDIDAS DISTINTAS
Os dois possuíam pêlos e tinham, em média, 4 metros de altura. A principal diferença anatômica estava na dentição. Os dentes dos mamutes tinham base mais comprida e superfície plana, ideal para se alimentar em pastagens. Já os dos mastodontes tinham base mais baixa e superfície irregular, ideal para arrancar galhos e arbustos
CONFLITO DE GERAÇÕES
Os mastodontes viveram mais tempo na Terra que os mamutes. Enquanto estes últimos só existiram no período Pleistoceno, entre 1,6 milhão de anos e 10 mil anos atrás, os mastodontes surgiram ainda no período Mioceno, entre 23,7 milhões de anos e 5,3 milhões de anos atrás. Ambos foram extintos na mesma época, no final do Pleistoceno

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pica-Pau = desenho e/ou animal?


Sim, o pica-pau existe, não é animal inventado do desenho animado, mas nem todas as espécies de pica-paus tem uma crista vermelha como a do desenho! Nesta postagem você vai ver uma comparação entre a ficção e a natureza!
Pica-Pau-de-Coleirapica-pau, também chamado ipecucarapina e pinica-pau, é uma ave da ordem Piciformes, da família Picidae, de tamanho pequeno a médio, com penas coloridas. Suas patas possuem dois dedos voltados para frente e dois dedos voltados para trás, o que lhe auxilia a se agarrar nos troncos de árvores. São muito numerosos no Brasil. Vivem em bosques onde fazem seus ninhos abrindo uma cavidade nos troncos das árvores. Alimentam-se principalmente de larvas de insetos que estão dentro dos troncos de árvores, alargando a cavidade onde se encontram as larvas com seu poderoso bico e introduzindo sua língua longa e umedecida pelas glândulas salivares. Os ninhos são escavados em troncos de árvores o mais alto possível para proteção contra predadores. Os ovos, de 4 a 5, são chocados pela fêmea e também pelo macho durante até 20 dias.
"Pica-pau" e "pinica-pau" são referências a seu hábito de perfurar a madeira das árvores com seu bico para capturar larvas de insetos e para construir ninhos. "Ipecu" vem do tupi ïpe'ku. "Carapina" vem do tupi kara'pina.


Pica-Pau (no original em inglês Woody Woodpecker) é o nome de um personagem de desenho animado de mesmo nome, um pica-pau antropomórfico (animal com corpo e características humanas), que estrelou vários curta-metragens deanimação produzidos pelo estúdio de Walter Lantz e distribuídos pela Universal Pictures. Embora não seja o primeiro dos personagens "malucos" que tornaram-se populares nos anos 1940, o Pica-Pau é considerado um dos personagens mais notáveis do gênero.
Em nenhum desenho animado nunca foi dita de que espécie exatamente é o personagem Pica-Pau (embora no episódio Esperto Contra Sabido "Dumb Like a Fox" seja dito que o seu nome científico é "Campephilus principalis"). O topete vermelho dele faz parecer que ele é um Pileated Woodpecker(uma espécie de pica-pau muito comum nos Estados Unidos), porém o design e as cores do corpo dele nos anos de 1944 até 1946, cabeça e pescoço vermelho, corpo azul escuro e peito branco, lembram mais um Red-headed woodpecker (outra espécie comum nos EUA, que tem a cabeça vermelha mas não tem topete). O personagem parece ser uma mistura destas duas espécies, com o corpo de um Red-headed e topete de Pileated.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mamíferos!


Um pequeno resumo do conceito "mamíferos" (classe Mammalia):
Os mamíferos são animais vertebrados que se alimentam do leite de suas mães, por essas possuírem glândulas mamárias. Além disso, mamíferos possuem dentes diferenciados  (incisivos, caninos, pré-molares e molares). Dê uma olhada nos dentes do gato da imagem abaixo:


Outras principais características do grupo são: corpo coberto de pelos, cérebro desenvolvido e a presença de glândulas sudoríparas. 

Existem mais de cinco mil espécies de mamíferos distribuídas na superfície da Terra, sendo que a cada ano são descobertas novas espécies. Nós, seres humanos, também somos animais mamíferos! 

A baleia-azul, o maior mamífero de todos.


Os únicos mamíferos capazes de voar são os morcegos. Esses animais são muito importantes para a natureza, já que são responsáveis pela polinização e disseminação de sementes de um grande número de vegetais, como o pequi, fruto típico do Cerrado.


A maioria dos mamíferos é gerada dentro da barriga de sua mãe, em uma estrutura chamada útero, até o nascimento. (PLACENTA)


Outras espécies, como alguns cangurus, se desenvolvem dentro de uma bolsa de pele chamada marsúpio; enquanto ornitorrincos e équidnas, animais da Nova Zelândia, botam ovos.


Fonte do Texto e das imagens: http://www.escolakids.com/mamiferos.htm 
Para mais informações, clique aqui!

Seleção nada Natural!


Mico-leão-dourado
Mico-leão-dourado (Leontopitechus rosalia): vive na Mata Atlântica
No fim de 2000, uma ararinha-azul macho que vivia livre na natureza sumiu de Curaçá, no sertão baiano. Foi o ato derradeiro de uma luta que ecoou muito além dos limites do semiárido nordestino. A menor entre as araras brasileiras, de nome científico Cyanopsitta spixii, era uma sertaneja forte, de asas longas, com voo sofisticado e econômico de energia, adaptada ao ralo alimento encontrado no semiárido. No entanto, essa espécie evoluída em termos adaptativos era bela demais, e não forte o bastante, para resistir à predação humana.
Extinções sempre existiram, pelo menos há 3 bilhões de anos quando teve início a vida no planeta. A grande maioria das espécies que surgiram não está mais aqui. E a biodiversidade que conhecemos é resultado de complexa teia de seleção de espécies mais bem adaptadas a cada condição natural. O ser humano provocou mudanças sem precedentes na trajetória da vida. Em alguns milhares de anos, ele conquistou todos os continentes, dotado de um poder destrutivo comparável aos fenômenos responsáveis pelas extinções em massa no passado remoto - a exemplo do súbito desaparecimento dos dinossauros.
Quanto já extinguimos? "Os biólogos acham difícil apresentar sequer uma estimativa aproximada da hemorragia, porque, para começar, sabemos pouquíssimo sobre diversidade. Extinção é o processo biológico mais obscuro e localizado", explica o naturalista americano Edward Wilson. E arrisca: "A atividade humana aumentou a extinção em mil e 10 mil vezes além desse nível [o nível natural] nas florestas tropicais apenas pela redução de sua área. Claramente estamos vivendo um dos grandes espasmos de extinção da história geológica".
A ararinha-azul foi dizimada pela avidez dos traficantes de pássaros, estimulados por colecionadores que chegavam a pagar até 40 000 dólares por um único espécime. Como no processo econômico de oferta e demanda, o valor inflacionou à medida que a ave rareava. Em 1995, pesquisadores chegaram a soltar no sertão uma fêmea nascida em cativeiro. Mas o tão esperado acasalamento nunca aconteceu.
Após o sumiço do macho de Curaçá, a guerra passou a ser travada em cativeiro. O objetivo é parear os cerca de 70 exemplares existentes mundo afora, "contemplando o máximo de diversidade genética possível", informa a bióloga Yara Barros, coordenadora de cativeiro do Comitê Permanente para Recuperação da Ararinha-Azul, vinculado ao Instituto Chico Mendes. "O desafio para os próximos anos é aumentar a população em cativeiro para, no futuro, tentar a soltura na natureza." Uma questão crucial é se as matrizes existentes ainda poderão dar conta de manter uma população viável. "Infelizmente, isso é o que temos", resigna-se Yara. Além da herança genética, há os aspectos de conhecimento e aprendizagem que passam de pai para filho, como busca por alimento e técnicas de proteção contra predadores. Se a espécie retornar de fato ao ambiente, esses hábitos deverão ser reaprendidos.
O impacto da ação humana no Brasil pode ser bem mais antigo que o desembarque da esquadra de Cabral há 500 anos. Na realidade, o ser humano chegou à América do Sul há pelo menos 12 mil anos, e os primeiros grupos que povoaram os campos no continente conviveram com uma fauna estranha aos dias atuais. Os caçadores nômades foram atraídos pela fartura de grandes mamíferos, como preguiças, tatus gigantes, e outros animais, como elefantoide, toxodonte e esmilodonte - alguns maiores que bois. A chegada do ser humano coincidiu com a súbita extinção dessa megafauna, o que sugere uma associação entre os dois eventos. Os homens teriam se fartado tanto com a abundância quanto com a facilidade de caça, sem dar conta do extermínio. É apenas uma hipótese, mas pode ter sido o prenúncio do que estava por vir.
Até os portugueses aportarem, não há indícios de nenhum evento de impacto tão profundo como o extermínio da megafauna - várias espécies teriam sido extintas logo no começo da colonização. Segundo relata o historiador Warren Dean, o cronista Fernão Cardim havia descrito uma ave de penas de "quase todas as cores em grande perfeição, a saber, vermelho, amarelo, preto, azul, pardo, cor de rosmaninho, e de todas estas cores tem o corpo salpicado e espargido", que não corresponderia a nenhuma espécie encontrada nos dias atuais.
O resultado é que o Brasil é hoje o segundo país em número de espécies ameaçadas. Está atrás apenas da Indonésia, de acordo com a Fundação Biodiversitas - entidade encarregada da lista vermelha de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção que segue metodologia da União Mundial para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). De acordo com o último levantamento, existem 627 bichos ameaçados no Brasil, contra os 207 relacionados em 1989. Há sete espécies extintas definitivamente e duas extintas na natureza. "Em 1989, participaram do levantamento 22 especialistas; já em 2003 [data da última pesquisa realizada] foram 227 pessoas", explica Rafael Thiago, da Biodiversitas. "As descobertas de novas espécies e as pesquisas aumentaram; porém, ainda conhecemos bem pouco sobre nossa fauna. Mas as pressões também se tornaram mais agudas", diz. Embora imperfeitas, as listas ajudam a subsidiar políticas públicas de conservação, a fomentar a pesquisa e o manejo, e até estimulam a criação de unidades de conservação.
Não fosse uma espécie vistosa, o desaparecimento da ararinha-azul sequer teria sido registrado. As araras fascinam. Foram os bichos mais perseguidos durante a formação do Brasil, e serviam de símbolo para identificar a colônia nos mapas, com diz a legenda: "Brasilia sive terra papagallorum". Espécies exuberantes tanto atraem a cobiça de caçadores, como são capazes de sensibilizar as pessoas sobre a importância de conservá-las na natureza. E a bandeira levantada em favor de sua proteção, quando bem articulada, ajuda a proteger o bioma em que ela está inserida. É uma estratégia conservacionistas. É assim com a onça-pintada, com as baleias franca e jubarte, com outras araras; com o peixe-boi, com os primatas de forma geral e com as tartarugas-marinhas: são bichos que representam a natureza brasileira e catapultam os esforços para conservá-la.
É o caso do mico-leão-dourado, diminuto primata endêmico das florestas de baixada da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. A ação de traficantes de animais, associada ao desmatamento, reduziu a população a cerca de 250 indivíduos, em meados da década de 1960. Foi quando o alarme soou, graças à voz quase solitária do primatólogo Adelmar Faria Coimbra Filho, integrante da pioneira Fundação Brasileira da Conservação da Natureza (FBCN), cujos estudos culminaram na criação da primeira reserva biológica no país, a de Poço das Antas, em 1974. Mas a área da reserva não era suficiente para abrigar uma população viável de micos, que precisariam de fragmentos da floresta dos arredores em propriedades particulares. Sem áreas conectadas, as populações se isolariam.
Avançar as áreas florestadas para dentro das fazendas implicava romper paradigmas, como lembra a atual coordenadora do projeto Denise Rambaldi, laureada no ano passado com o Prêmio Liderança em Conservação na América Latina, da National Geographic Society. "A primeira pergunta que o fazendeiro faz é sobre o custo de oportunidade: 'Quanto eu vou perder de pasto?' Mas nós procuramos pegar pelo lado emocional, embora hoje em dia já tentamos remunerá-los, pondo as terras nos mecanismos de compensação com créditos de carbono", explica ela. Foram longos processos de negociação, e os fazendeiros envolveram-se a tal ponto que a Associação Mico-Leão-Dourado, criada em 1992 para gerir o projeto, tem hoje um como presidente. E Poço das Antas ganhou em seu entorno 17 áreas protegidas na modalidade Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), criadas por iniciativa dos próprios fazendeiros.
Sob os auspícios do pequeno mico, cuja população na natureza, no fim de 2007, somava 1,6 mil indivíduos, a Mata Atlântica como um todo se beneficiou. "O mico-leão-dourado mudou de status na lista global de espécies ameaçadas, passou de 'criticamente ameaçado' para 'ameaçado'", diz Denise. Para se ver livre do risco de extinção, deverá haver, segundo modelos matemáticos, pelo menos 2 mil indivíduos na natureza até 2025, em uma área contínua de 25 mil hectares.
Transformações culturais estão na espinha dorsal de qualquer plano para salvar espécies, mas, quando o imperativo econômico fala alto, se erguem barreiras espinhosas. O drama da onça-pintada é emblemático. Segundo o biólogo Tadeu Gomes de Oliveira, no fim dos anos de 1960, matavam-se 15 mil onças por ano - somente pelos dados oficiais de exportação de peles. Apesar da proibição, em 1967, de se comercializar essas peles, matar onça ainda faz parte do cotidiano em muitos grotões no Brasil.
O Pantanal Mato-Grossense é um dos últimos refúgios desse grande mamífero. Mas por onde o gado de corte se espalha o embate é feroz. Algumas iniciativas tentam conciliar a atividade de pecuária com a sobrevivência do bicho. É o caso do projeto comandado pelo biólogo Peter Crawshaw nos arredores de Corumbá. "Iniciamos o pastoreio noturno com trator. Quando o tratorista percebe que o gado está inquieto, ele solta rojões na direção do mato", explica. "Isso tem diminuído muito a predação. O próprio gado se dá conta de que o trator é uma proteção, e fica próximo a ele." Os rojões afugentam a onça. Um alerta de que ali é o território do bicho homem. Pantaneiros forjam assim um acordo de boa convivência com as onças. Bom para ambos. Pois bichos e gente, como estamos aprendendo a duras penas, são partes do mesmo todo.
Como todas as espécies de animais, as aves que vivem no bioma mais devastado são as mais ameaçadas de desaparecer. E a Mata Atlântica, em que sobrou apenas 7% de sua composição original, é o hábitat de bichos em maior perigo de extinção. Principalmente os endêmicos, como a jacutinga, que sofre também por se alimentar do coco do palmito juçara, uma planta igualmente ameaçada em razão da ação de palmiteiros ilegais. A destruição do hábitat também é a ameaça ao pato-mergulhão - antes visto facilmente em rios da serra da Canastra e regiões montanhosas de Minas Gerais. O mesmo ocorre com animais endêmicos de regiões da Amazônia, como o cada vez mais raro mutum-de-penacho. A ave vive nas regiões do leste do Pará e Maranhão, justamente uma das partes mais ameaçadas do bioma, situada no arco do desmatamento.
O desaparecimento de espécies que constituem a base da cadeia alimentar desequilibra todo o ecossistema. O sumiço de um anfíbio, por exemplo, pode ter um efeito dominó devastador na alimentação de várias espécies de vertebrados. O mesmo ocorre com os insetos e a flora, como briófitas, pteridófitas e bromélias. As mudanças climáticas e a poluição atingem primeiro esses seres mais sensíveis, que são indicadores das mudanças que ocorrem no planeta. Por isso tem sido verificado o desaparecimento de sapos e anfíbios, mas que agora está sendo agravado pela ação do fungo quitrídia. Já os peixes, no país que possui a maior quantidade de água doce do mundo, equilibriam os rios, que por sua vez hidratam as matas. Mas a cadeia de pesca desregulada coloca em risco a fauna aquática. E o equilíbrio advindo dela, como o controle da proliferação de pragas e insetos na beira de rios.
Encontrar hoje um cachorro-do-mato-vinagre na natureza é como ganhar na loteria - ao menos para um fotógrafo de natureza. Mas trata-se de um prêmio a ser comemorado com parcimônia, tal é a vulnerabilidade da existência dessa espécie. Ele nunca foi caçado por interesse econômico, em razão de sua bela pelagem, como ocorreu até os anos 1960 com a jaguatirica e outros felinos. No entanto, é a destruição do hábitat a maior ameaça a sua existência. O mesmo ocorre com a maioria dos mamíferos que habitam o território brasileiro.
Constar nas listas de espécies ameaçadas é o primeiro passo que dá início a uma série de ações que visam impedir a extinção do animal. Para isso, o Ibama e a Fundação Biodiversitas produzem um documento técnico sobre a situação de perigo de desaparecimento de cada animal. Foi dessa forma que o peixe-boi começou a receber proteção especial de pesquisas e recursos no litoral do Nordeste e na Amazônia para sobreviver.

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